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“Tudo no mundo nos
ensina duas lições fundamentais: a da evolução e a da imortalidade.”
Neste dia 25 de
setembro tem início o período do Centenário de Nascimento de J. Herculano
Pires, talvez, o mais destacado pensador do Espiritismo brasileiro, pensador
este que registrou, de modo indiscutível, suas ideias em obras que marcaram
sua época e continuam alimentando o desejo do conhecimento de muitos
estudiosos, no Brasil e no mundo.
Chico Xavier
descortina a importância de Herculano Pires para o Espiritismo com a imortal
frase que o distingue como “o metro que melhor mediu Kardec”.
Humberto Mariotti,
pensador argentino, visualiza a dimensão do pensamento de Herculano ao
apontar para a existência de uma “filosofia piresniana” totalmente integrada
à filosofia do francês Allan Kardec.
Mario Graciotti,
figura destacada do mundo literário brasileiro e fundador do famoso Clube do
Livro de tantas publicações gloriosas, vendo-se diante de uma figura
magnífica, pergunta: “De que distância, de que regiões, de que épocas virá
esse espírito, que se instalou na engrenagem somática de um dos mais curiosos
fenômenos intelectuais do Brasil nascente, o poeta, o jornalista, o escritor,
filósofo Herculano Pires?”
Jornalista,
filósofo, romancista, poeta e professor, foi nomeado pelo médium e escritor
Jorge Rizzini, seu amigo por quase trinta anos, como o “apóstolo de Kardec”,
na biografia extraordinária que escreveu sobre J. Herculano Pires.
A imensa e farta
estante autoral de Herculano Pires inclui mais de oitenta livros dos mais
variados temas. Romances premiados e reconhecidos pelo mundo literário,
estudos sociológicos, trabalhos científicos, brochuras sobre casos da
mediunidade de cura, reflexões sobre a Pedagogia Espírita, análise da prática
dos centros espíritas, estudo do perfil de Chico Xavier e tantos outros que
lhe valeram o reconhecimento público.
Tudo sem falar na
elaboração, ainda em andamento, da relação imensa de textos escritos,
programas radiofônicos apresentados que a Fundação Maria Virgínia e J.
Herculano Pires organiza e divulga.
Orientou a
publicação de obras de valor, como a coleção da Revista Espírita, traduzida
no Brasil primeiramente pelo poliglota Julio Abreu Filho e prefaciada por
Herculano. E ele mesmo cuidou de traduzir as obras principais da codificação
espírita, que são publicadas por diversas editoras.
Apoiou o trabalho
editorial do incansável e ainda pouco reconhecido editor Frederico Gianinni,
na Edicel em São Paulo, e com ele publicou os primeiros números de uma
revista sobre educação, quase toda ela escrita pelo próprio Herculano.
Homem de intensa
atividade, dizia-se um grafomaníaco casado também com a máquina de escrever.
De vida simples, era calmo e carinhoso ao mesmo tempo em que dono de uma
força e coragem que o levava à defesa da verdade sem constrangimentos e sem
tergiversação.
A fundação
Herculano Pires inicia agora o programa de comemorações do centenário de seu
nascimento (1914-2014), com palestras, publicações e acontecimentos que se
desdobrarão até setembro de 2014, quando o centenário se completa.
Esse fato merece o
apoio do Brasil inteiro. Assim como Herculano diz que a obra de Kardec é,
paradoxalmente, muito publicada mas ainda pouco conhecida em sua dimensão e
conteúdo, a obra de Herculano, o mais destacado intérprete de Kardec, é lida,
conhecida e pensada muito menos do que deveria, mas está aí, pronta para ser
descortinada como fonte de conhecimento que estimula, liberta e prepara o ser
no seu caminho de conquistas e evolução imortal.
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